Donald Trump retornará à Casa Branca após vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos. Em visita ao atual presidente, Joe Biden, Trump sinalizou a retomada de um mandato focado em segurança na fronteira, economia e oposição às políticas do antecessor. Em meio às promessas de campanha, estão medidas radicais como deportações em massa, perdão aos envolvidos na invasão do Capitólio, e uma política de tarifas mais severa para produtos chineses.
Para entender melhor esse assunto o Programa Expresso 33, da Rádio Bom Jesus FM, recebeu na quarta-feira (13), Jean Vasconcelos, administrador e consultor financeiro. Na entrevista ele destacou como a nova política de Trump pode afetar diretamente o Brasil, especialmente o agronegócio mato-grossense. “A campanha de Trump enfatiza um protecionismo forte e o slogan ‘América em primeiro lugar’. Isso pode impactar as exportações brasileiras, especialmente de commodities como soja e carne, que são importantes para Mato Grosso. Com o aumento das tarifas comerciais para a China, o Brasil pode ter que ajustar suas estratégias de mercado,” explicou Jean.
Um ponto crucial, segundo o consultor, é o impacto sobre o preço da carne no mercado interno. “Se os EUA pressionarem o Brasil a escolher entre eles e a China, o país poderá ter que redirecionar parte da produção de carne destinada à exportação para o mercado doméstico. Em uma situação dessas, o preço da carne poderia cair, beneficiando o consumidor. Mas essa mudança brusca de cenário também traz incertezas para o setor agropecuário”, afirmou.
Jean Vasconcelos também abordou como a postura de Trump pode influenciar a política ambiental e o setor energético, citando que a possível ampliação do uso de petróleo nos EUA pode afetar o mercado brasileiro. “Trump parece determinado a focar na exploração de fontes mais baratas de energia, como o petróleo, para retomar a economia americana. Se os Estados Unidos reduziram as exigências ambientais, isso pode criar uma concorrência desleal com o Brasil, que hoje precisa seguir regras rígidas para exportar produtos agropecuários”, comentou.
Além disso, Jean enfatizou que a situação exige cautela dos produtores brasileiros: “O cenário global se reflete aqui. Hoje, o Brasil é um dos grandes parceiros comerciais da China, especialmente em setores como a carne e a soja. Caso o relacionamento entre EUA e China se agrave, o Brasil pode ter que decidir com qual lado quer intensificar as relações comerciais.”
Dessa forma, o mercado financeiro já começa a avaliar o impacto da política econômica de Trump, com os investidores atentos à instabilidade que pode surgir caso a relação entre os países seja forçada a mudar.
Veja entrevista completa:
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