O Ministério Público deu um prazo de 48 horas para que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) responda a uma notificação, exigindo a implementação de medidas emergenciais para fornecer água aos animais silvestres no Pantanal. A notificação solicita que a SEMA faça um mapeamento e selecione pontos estratégicos, onde os animais costumam saciar a sede, para a instalação de pontos de dessedentação.
Monitoramentos recentes do Grupo de Resposta a Animais em Desastres, em parceria com o Instituto Chico Mendes, revelam os efeitos devastadores do baixo nível das águas na região, com animais magros e desidratados desde o final de julho. Um relatório enviado ao Ministério Público indica que, em um trecho de 30 quilômetros da Estrada Parque Transpantaneira, restam apenas quatro pontos com água.
Devido à estiagem prolongada, que já dura quase quatro meses e deve se agravar até outubro, o Ministério Público exige ações preventivas para minimizar o sofrimento dos animais. A SEMA também foi orientada a instalar sinalizações ao longo da estrada para alertar sobre a presença de animais e a necessidade de reduzir a velocidade. Caso o Estado não tome as medidas solicitadas, o Ministério Público poderá acionar a Justiça. Até o momento, a SEMA informou que ainda não foi notificada.
Queimadas em Mato Grosso Preocupam
Paralelamente, as queimadas continuam alarmantes. Em agosto, o INPE registrou 14.617 focos de calor em Mato Grosso, uma média de 471 por dia. No mesmo período do ano passado, foram registrados 2.626 focos. Atualmente, o estado conta com 1.600 focos ativos, sendo 1.001 na Amazônia, 489 no Cerrado e 110 no Pantanal.