A Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, estima que a produção brasileira de milho alcance quase 114 milhões de toneladas na safra de 2023/24. Isso representa uma redução de 13,8% em relação ao ciclo anterior. Entre outros motivos para a queda, estão os efeitos do fenômeno El Niño, que são o baixo volume de chuvas em algumas regiões, excesso em outras, além das altas temperaturas.
A safra do milho é responsável por cerca de 77% da produção nacional do grão, segundo dados da CONAB. Os produtores das regiões centro-oeste e sudeste iniciam geralmente o cultivo entre janeiro e março. Assim, a colheita ocorre entre maio e setembro. Nesse cenário, são necessários alguns cuidados especiais no período, como maximizar o movimento das plantas para ter uma produtividade adequada.
“Tudo precisa passar por um planejamento de manejo, então conhecer a região que está sendo semeado o milho safrinha, conhecer o solo e conhecer o ambiente de produção é muito importante”, disse o doutor em solos, nutrição e fertilizantes, Michel Esper.
Outro cuidado essencial é com a janela ideal para o cultivo do milho segunda safra. A falta ou o excesso de chuvas podem atrasar o plantio e isso cria condições ideais para a ocorrência de insetos pragas e microrganismos patogênicos. Por isso, é importante ter informações sobre as doenças que atacam essas sementes.
“Grande parte das doenças aparecem nas filhas, seja por manchas ou algumas lesões ou mudança de coloração. Então são esses fatores que podem indicar a presença de alguma doença , principalmente as mais famosas como a ferrugem e a traquinose. Então é importante estar de olho na lavoura”, completou Michel Esper.
Enquanto o Brasil deve reduzir a área plantada de milho em 8% em relação ao ano passado, os Estados Unidos devem investir mais na produção do cereal do que na soja, aumentando o estoque norte-americano de grãos e a oferta de milho no mercado internacional. A expectativa é que esse cenário provoque a redução do volume de exportações brasileiras de grãos em 2024.