
A entrevista do hoje do Jornal Mato Grosso Hoje foi com o padre Aloir Pacini. Padre Jesuíta, que atua na Arquidiocese de Cuiabá, na Paróquia do Rosário e São Benedito, com os povos indígenas e especialmente nas ações que envolve os estrangeiros venezuelanos, que migraram para nosso estado em busca de uma nova possibilidade de vida e dignidade humana.
Durante a entrevista, o padre gaúcho, que há 24 anos está na arquidiocese, nos contou sua experiência e estudos com os povos originários e destacou a importância do olhar individualizado para as necessidades, especialmente no que se refere as barreiras de comunicação e respeito a tradição.
Nesta sexta-feira (19), dia do índio, à Rádio Bom Jesus FM, o sacerdote trouxe à discussão a morosidade do poder público para acolher, num território específico, os indígenas venezuelanos que estão em Cuiabá. “Temos índios em nossa capital e tapamos nossos olhos para essa realidade que poderia ser cuidada com maior celeridade”, destaca o padre.
Padre Aloir também falou sobre a generosidade do povo cuiabano, destacou a necessidade de uma escola indigenista e autônoma, para que os próprios índios tenham condições de ensinar os seus, catequizando e levando aquilo que para eles não é possível ser aprendido em uma escola convencional.
“Esse olhar precisa ser desenvolvido pelos poderes. Os índios que temos aqui não conseguem acompanhar a escola convencional. Eles se esforçam para compreender o português, falam o espanhol e também a linguagem deles. Então, precisam de adequações específicas”, disse padre Aloir.
Na Páscoa, Dom Mário Antonio, arcebispo metropolitano, realizou o Sacramento do Batismo e também da Sagrada Comunhão para 23 crianças da comunidade indígena. Padre Aloir concedeu entrevista nesta manhã e você pode ouvir os detalhes no link.
Padre Aloir Pacini possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1990), em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (1996), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – Museu Nacional (1999) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2012). O sacerdote é professor e integrou o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase na Etnologia Indígena (pesquisas com Chiquitanos, Rikbaktsa, Manoki, Apiaká, Kawaiwete (Kayabi), Boe (Bororo), Xavante, Haliti (Pareci), Kysedje (Tapayuna e Suyá) Terena, Guarani etc.), nas Comunidades tradicionais e Quilombolas.
Suas pesquisas focam especialmente o território tradicional (águas), fronteiras, relações com os Estados Nacionais, Missões e “fricções interétnicas). A Antropologia social e cultural deu oportunidade para a elaboração de laudos antropológicos para a Justiça Federal.