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Vaticano trava batalha contra enxurrada de vídeos falsos do papa Leão XIV

Rádio Bom Jesus

Vaticano trava batalha contra enxurrada de vídeos falsos do papa Leão XIV

Uma simples busca na plataforma revela dezenas de vídeos falsos.

A Santa Sé enfrenta uma corrida contra o tempo para conter a proliferação de vídeos falsos do papa Leão XIV, produzidos com inteligência artificial. As gravações, conhecidas como deepfakes, mostram o pontífice falando sobre temas que vão de política americana ao destino pós-morte dos fiéis.

Entre os conteúdos já detectados estão supostos discursos do papa sobre o ativista conservador americano Charlie Kirk, comentários sobre o presidente dos EUA, Donald Trump, e até opiniões sobre o arrebatamento e cremação de corpos. Nenhum deles, porém, é verdadeiro.

Desde o início do pontificado de Leão XIV, em maio, o Dicastério para a Comunicação afirma ter denunciado centenas de contas, sobretudo no YouTube, que publicam vídeos manipulados. “Estamos testemunhando a proliferação exponencial de canais com vídeos falsos, alguns na voz de Leão XIV, outros na de tradutores ou narradores. Todos usam inteligência artificial para fazer o papa dizer coisas que nunca disse”, informou o órgão em nota à agência CNA, vinculada ao grupo católico EWTN.

Uma simples busca na plataforma revela dezenas de vídeos falsos. Eles variam de declarações verossímeis, como reflexões religiosas, até situações improváveis, incluindo o anúncio de uma renúncia. Embora muitos tenham apenas algumas centenas de visualizações, alguns já alcançaram números expressivos.

Um vídeo de 25 minutos em que o papa supostamente quebra o silêncio sobre o assassinato de Charlie Kirk, por exemplo, somou cerca de 445 mil visualizações na primeira semana. Outro, publicado logo após a eleição do pontífice, mostra Leão XIV lendo uma declaração contra o colonialismo e elogiando o presidente interino de Burkina Faso, capitão Ibrahim Traoré, que chegou ao poder após um golpe militar em 2022.

Esse último conteúdo, checado pelo Vatican News e pela CNA, foi visto mais de 1 milhão de vezes antes de o YouTube remover a conta responsável.

A ofensiva contra os deepfakes do papa ocorre em meio a debates mais amplos sobre regulação da inteligência artificial e os riscos da tecnologia para a manipulação da informação em escala global.

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