Durante entrevista à Rádio Bom Jesus FM 92,7, o ex-governador de Mato Grosso, Pedro Taques, fez críticas ao sistema político brasileiro, relembrou sua trajetória na vida pública e defendeu o endurecimento no combate ao crime organizado. A conversa foi conduzida pela jornalista Simone Guedes e exibida nesta terça-feira (6), no jornal Mato Grosso Hoje.”
Pedro, que também já foi senador da República e procurador da República, afirmou estar atuando atualmente como professor de Direito e advogado em Cuiabá. “Hoje defendo a Constituição e os valores em que acredito como cidadão mato-grossense”, afirmou.
Taques contou sobre sua origem simples – filho de professora e pequeno agricultor – e sua trajetória acadêmica até se tornar procurador em São Paulo e posteriormente senador e governador de Mato Grosso. Ele relembrou sua atuação no combate ao crime organizado no estado e destacou sua participação em casos de grande repercussão nacional, como o julgamento de criminosos acusados de torturas no Acre.
Ao falar sobre segurança pública, Taques criticou o atual cenário do estado, destacando a influência das facções criminosas e a atuação dentro dos presídios. “Infelizmente, a penitenciária virou home office do crime. O preso tem que ficar preso, sim, com dignidade, mas sem praticar crimes de dentro da cadeia”, pontuou.
Taques também comentou sobre os altos índices de feminicídio em Mato Grosso e defendeu leis mais rígidas. “Enquanto senador, atuei para endurecer as legislações. Precisamos de políticas públicas eficazes, que unam repressão e prevenção”.
Sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador foi direto: “Hoje, o Supremo está hipertrofiado, ou seja, com poderes excessivos. E isso se deve, principalmente, à omissão do Congresso, que virou despachante do orçamento e deixou de cumprir seu papel de legislar”. Para Taques, muitos parlamentares se preocupam mais com redes sociais do que com a construção de políticas. “Viraram parlamentares TikTok”, ironizou.
Ao ser questionado sobre temas sensíveis, como o aborto, Taques se posicionou de forma clara: “Sou contra o abortamento. Como relator do Código Penal, defendi a manutenção das situações previstas em lei e me posicionei pela preservação da vida”.
Encerrando a entrevista, o ex-governador deixou uma mensagem de perseverança aos ouvintes: “Se você não puder gritar, fale. Se não puder falar, corra. Se não puder correr, rasteje. Mas não desista. Resista”.