A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira após sua última aparição pública no Domingo de Páscoa, comoveu o mundo e marcou o início de um novo ciclo para a Igreja Católica. O corpo do pontífice está sendo velado no Vaticano, em cerimônia acompanhada por líderes religiosos, fiéis e representantes da mídia internacional. A comoção é profunda, especialmente entre brasileiros e integrantes das comunidades católicas espalhadas pelo mundo, que se lembram com carinho da proximidade e simplicidade do papa argentino.
Silvonei José, jornalista brasileiro que cobre o Vaticano há anos, expressou a emoção do momento durante entrevista à Signes Brasil. “Vivemos a dor da perda de um pai, nos sentimos órfãos, mas também temos a certeza de que o céu está em festa ao receber um discípulo como Francisco”, declarou. Para ele, Francisco deixa como legado três palavras fundamentais: *alegria, misericórdia e esperança*.
O Papa Francisco, ao longo de seus 12 anos de pontificado, ficou marcado por sua linguagem simples, sua empatia com os marginalizados e seu compromisso com questões sociais e ambientais. Ensinamentos como os contidos na encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a “casa comum”, e o documento sobre fraternidade humana, em parceria com líderes muçulmanos, destacam sua visão universal de fé, diálogo e justiça.
Durante o velório, estão sendo realizadas as congregações com os cardeais, encontros que antecedem o conclave para a escolha do novo Papa. De acordo com Silvonei, as celebrações de sufrágio ocorrerão entre os dias 26 de abril e 4 de maio, começando com a Missa Exequial, marcada para este domingo, às 10h, na Basílica de São Pedro. O corpo de Francisco será levado em procissão até a Basílica de Santa Maria Maior, onde será sepultado.
A expectativa para o conclave é de oração e discernimento. “O Espírito Santo sopra sobre os cardeais, e o coração deve ser o centro de tudo. O próximo Papa será o sucessor de Pedro, não apenas de Francisco”, destacou Silvonei.
Francisco também deixou um exemplo de proximidade: escolheu morar na Casa Santa Marta, recusando os luxos do Palácio Apostólico. Sempre pregou uma igreja “em saída”, próxima aos que sofrem. Até o fim, defendeu a paz, o cuidado com os pobres, os migrantes e o fim dos conflitos globais.
“Cristão carrancudo não é cristão”, dizia ele, sempre com bom humor e uma mensagem de acolhimento. A frase “acrescenta água no feijão, sempre cabe mais um”, usada por ele ao visitar o Brasil, virou símbolo de sua forma calorosa de enxergar o mundo.
O legado de Francisco, marcado pela alegria do Evangelho, permanece vivo na memória da Igreja e de todos que foram tocados por sua missão.