O falecimento do Papa Francisco, confirmado oficialmente pela Santa Sé nesta segunda-feira (21), gerou comoção em todo o mundo. Líder espiritual de milhões de católicos, o pontífice argentino deixa um legado marcado pela defesa dos pobres, migrantes e excluídos, e por uma teologia enraizada na misericórdia.
Em entrevista, o padre Mauro Verzeletti, conhecido por sua atuação em defesa dos migrantes, lamentou a perda e destacou a importância histórica do Papa. “A Páscoa do Papa Francisco vem deixar um legado muito importante para a história da humanidade, de modo especial no carisma que ele desempenhou como líder mundial. Trabalhou para o bem dos pobres, dos necessitados, dos marginalizados, dos migrantes, dos refugiados. Sua característica fundamental foi a misericórdia”, afirmou o sacerdote.
Padre Mauro relembrou ainda o encontro que teve com o pontífice em 2017, em Roma, durante o Fórum Mundial da Congregação dos Missionários de São Carlos – Scalabrinianos. “Ele proferiu aquelas belas palavras para que os migrantes fossem incluídos em todas as políticas migratórias: acolher, proteger, promover, integrar.”
Segundo ele, o Papa Francisco foi uma “luz para o caminho de toda a Igreja, de modo especial, a Igreja comprometida com os pobres, com os mais necessitados, a Igreja de Jesus Cristo verdadeiramente”. O religioso destacou ainda a importância de um Papa latino-americano, que inspirou a atuação da Igreja na região e trouxe uma renovação teológica e pastoral: “Essa teologia do Papa Francisco, a eclesiologia do Papa Francisco, veio renovar o caminhar da Igreja.”
A morte do pontífice foi causada por um acidente vascular cerebral (AVC), seguido por coma e colapso cardiovascular irreversível, conforme consta no boletim médico oficial assinado pelo professor Andrea Arcangeli, diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano. A parada cardíaca foi registrada às 7h35 no horário de Roma (2h35 em Brasília).
O relatório também informa que o Papa apresentava histórico clínico de insuficiência respiratória aguda, pneumonia multimicrobiana bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo 2.
Até o momento, a Santa Sé ainda não divulgou detalhes sobre as cerimônias fúnebres nem sobre os próximos passos quanto à sucessão papal.
“Que Deus, desde o céu, junto com o Papa Francisco, abençoe toda a Igreja Universal”, concluiu padre Mauro.