O câncer colorretal é uma das formas mais comuns da doença e pode apresentar sintomas que, muitas vezes, passam despercebidos. Entre os sinais mais frequentes estão a alteração do hábito intestinal, dor abdominal, sangramento nas fezes, perda de peso sem explicação aparente e sensação de estufamento mesmo após pequenas refeições. Esses sintomas podem estar associados a outras condições de saúde, mas devem ser investigados por um médico para um diagnóstico precoce. Em entrevista ao programa Expresso 33, na rádio Bom Jesus FM, o cirurgião oncológico Rafael Vilá Moura falou da prevenção e tratamento.
Diagnóstico e Rastreamento
O rastreamento do câncer colorretal pode ser feito na rede pública de saúde pelo exame de sangue oculto nas fezes. Caso haja suspeita, o paciente é encaminhado para uma colonoscopia, exame considerado padrão ouro no diagnóstico. A colonoscopia também desempenha um papel preventivo, pois permite a remoção de pólipos intestinais que podem evoluir para câncer ao longo de anos.
“Os estudos mostram que um pólipo pode levar cerca de 10 anos para se tornar maligno. Se for identificado e retirado a tempo, a pessoa pode evitar o desenvolvimento do câncer”, destaca o cirurgião Rafael Vila Moura.
Prevenção e Alimentação
A prevenção do câncer colorretal envolve hábitos saudáveis, incluindo uma dieta equilibrada e a prática regular de atividades físicas. “Uma alimentação rica em frutas, verduras e carnes magras, evitando processados, embutidos e alimentos industrializados, é fundamental para reduzir os riscos”, explica o especialista.
O sedentarismo também é um fator de risco, reforçando a importância de exercícios regulares para a manutenção da saúde intestinal.
Tratamento e Importância da Conscientização
O tratamento do câncer colorretal pode variar conforme o caso. “Para tumores no cólon, a cirurgia é o tratamento principal. Já para câncer de reto, é comum que o paciente passe por radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia, pois os estudos mostram maior eficácia dessa abordagem”, explica o médico.
A conscientização ainda é um desafio. Muitas pessoas têm receio da colonoscopia, por ser um exame invasivo, mas ele é essencial para o diagnóstico precoce. “Nosso objetivo é curar os pacientes, mas isso só é possível se a doença for detectada a tempo”, alerta o especialista. A recomendação atual é que pessoas a partir de 45 anos realizem a colonoscopia regularmente, conforme indicação médica.
Neste mês de conscientização, marcado pela campanha Março Azul-Marinho, a mensagem é clara: a prevenção e o diagnóstico precoce salvam vidas.
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