O padre Renan Cunha, sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá, destacou o crescimento do engajamento da juventude na Igreja e a importância da comunicação na evangelização durante entrevista ao programa Boa Noite, Elias Neto, na TV Cidade Verde, nesta quarta-feira (5). O sacerdote também falou sobre sua trajetória, que une o jornalismo e a vida religiosa.
Natural de Assis Chateaubriand, no Paraná, padre Renan se formou em jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), mas foi durante o curso que descobriu sua vocação sacerdotal. “Durante o tempo de formação, trabalhei na assessoria de imprensa da faculdade e em um site de Londrina, produzindo conteúdo jornalístico. No entanto, senti o chamado e ingressei no seminário arquidiocesano de Cuiabá em 2014.”
Desde sua ordenação, em 2021, ele tem utilizado sua formação acadêmica para fortalecer a comunicação da Igreja. “O bispo percebeu minha experiência na área e me designou como diretor da rádio da Arquidiocese. É um desafio, mas também uma grande oportunidade de levar a palavra de Deus de forma acessível a todos.”
O trabalho com os jovens
O padre também compartilhou sua experiência com o trabalho pastoral voltado para a juventude, ressaltando que a busca por espiritualidade tem crescido entre os jovens. “No ano passado, fui convidado a ser diretor espiritual do acampamento FAC (Formação para Adolescentes Católicos), e ali nasceu uma conexão forte com essa nova geração. Hoje, temos um grupo de mais de 120 jovens que se reúnem todos os domingos. Eles buscam confissão semanalmente, rezam o terço e têm grande devoção.”
Padre Renan destacou que essa participação intensa da juventude também é percebida em eventos nacionais. “No ano passado, o evento PHN (Por Hoje Não), realizado na Canção Nova, em Cachoeira Paulista, reuniu 200 mil jovens, o maior público da história do evento. Isso demonstra que a nova geração tem sede de Deus.”
A diferença entre as regiões do Brasil na vivência da fé
Ao ser questionado sobre as diferenças de comportamento religioso entre as regiões do Brasil, o padre comentou sua percepção entre o Paraná, onde nasceu, e Cuiabá, onde atua atualmente. “O povo paranaense é mais formal e reservado, enquanto os cuiabanos são mais afetuosos. Aqui, é comum as pessoas pedirem bênção e convidarem o padre para almoçar em suas casas.”
Essa diferença, segundo ele, pode ser explicada pela colonização. “O Paraná recebeu influência de povos alemães, poloneses e ucranianos, que têm uma cultura mais fechada. Já Cuiabá tem influências portuguesas e africanas, o que se reflete na forma calorosa com que as pessoas vivem sua fé.”
A vestimenta como testemunho
Outro tema abordado na entrevista foi o uso da batina no cotidiano. Padre Renan destacou que, além de ser um símbolo da vocação, a vestimenta também facilita sua missão. “A batina é um testemunho e um instrumento. Quando ando pelas ruas com ela, muitas pessoas se aproximam para pedir bênção, conselhos ou até mesmo confissão. Já atendi confissões no aeroporto, no shopping e até mesmo durante um jogo de vôlei.”
Ao final da entrevista, o sacerdote reforçou sua missão de evangelização e o desejo de continuar utilizando a comunicação como ferramenta para levar a mensagem da Igreja a mais pessoas.
Veja entrevista completa:
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